Câmara Municipal realiza Tribuna Popular com informações sobre o Aeroporto Regional de Barreiras

Aconteceu na noite da última quarta-feira (3), no plenário da Câmara de Vereadores, a sessão ordinária com Tribuna Popular destinada a compartilhar informações atualizadas e mostrar, com base em documentos oficiais, algumas das principais fases relativas à reforma do Aeroporto Regional de Barreiras, que se mantém indefinida e sendo motivo de grande inquietação.

A sessão foi prestigiada por diversas autoridades e representantes de instituições, a exemplo da CDL Barreiras, SEBRAE, OAB (subseção Barreiras), CREA Bahia e Diocese local. Todos demonstraram atenção e interesse em obter mais detalhes sobre essa problemática antiga, além da conhecida disposição para colaborar.

O presidente Alcione Rodrigues (União Brasil), na abertura da sessão, lembrou momentos do protagonismo exercido por integrantes da Comissão Voluntária pela Segurança e Paz em Barreiras, uma organização suprapartidária composta por mais de 40 entidades e cuja criação aconteceu em 2006. Cabe ressaltar que um dos cinco pilares estabelecidos para nortear o trabalho deste voluntariado também consistiu na mobilização em prol de melhorias para o Aeroporto de Barreiras.

A indicação do assunto da Tribuna Popular resultou do vereador Rider Castro (União Brasil), tendo por convidados para a exposição exatamente os membros da reconhecida “Comissão pela Segurança e Paz”, que emergiu há 17 anos do clamor coletivo pela paz na cidade, reivindicando mais atenção do Governo do Estado para assuntos de interesse das populações do Oeste da Bahia.

Na condição de presidente dessa Comissão, Gill Arêas Machado apresentou uma sequência temporal e coerente sobre os marcos relacionados a investimentos públicos, ordem de serviço, equipamentos de segurança mais sofisticados e prazos. A linha do tempo esclareceu realizações, mas também apontou lacunas, fazendo com que o expositor lançasse o seguinte questionamento: “Não se consegue entender por que uma demanda tão cara (importante) para a sociedade não é feita?”, enquanto a plateia reagiu positivamente.

Para não parecer que se reivindica uma reforma casual, Gill Arêas foi enfático ao conclamar a sociedade civil para retomar a mobilização junto ao Governo do Estado, agora na perspectiva de que tenhamos um “aeroporto inclusivo”, ou seja, cujas melhorias possibilitem ampliação de voos, conexões e tamanho das aeronaves, fazendo com que os preços das passagens se tornem realmente acessíveis. Ele disse ter esperança com os atuais governos federal e estadual que demonstram trabalhar pela inclusão, e que o nosso aeroporto não seja “carimbado como sendo de elite” por conta dos exorbitantes preços das passagens. Eu suas considerações finais, conclamou a todos para um esforço conjunto, esquecendo o passado, e mirando no interesse coletivo que precisa ser fortalecido.

Na sequência, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Barreiras (CDL), Thiago Shieber Quinteiro, também ocupou a tribuna para evidenciar os impactos nos setores de comércio, logística e turismo causados pelo retardamento das reformas no aeroporto objeto desta Tribuna Popular. Na sua fala, inseriu dados recentes para comparar o fluxo de passageiros em Barreiras com o que vem acontecendo em Sinop-MT, tendo por parâmetro certas características populacionais e econômicas.

Já o vice-reitor da UFOB, Prof. Dr. Antonio Oliveira de Souza, que também participou do encontro, mencionou a necessidade constante de deslocamentos dos professores e pesquisadores de diferentes áreas de conhecimento, dos fluxos gerados pelos candidatos a vagas nos concursos da instituição, assim como o processo de internacionalização da universidade, que contou com 15 estudantes estrangeiros. Para tudo isso acontecer de maneira satisfatória, considera determinantes os serviços de um aeroporto moderno e seguro.

Para a presidente do Instituto do Câncer do Oeste da Bahia (ICOB), Marizete Zuttion, e membro da Comissão da Paz, a realidade do Aeroporto de Barreiras se coaduna com a dinâmica dos 36 munícipios do território do Oeste da Bahia, cuja abrangência ultrapassa 900 mil habitantes. Portanto, ao focar na área da saúde, ela destacou a imprescindibilidade do aeroporto para garantir deslocamentos dos profissionais de diferentes especialidades médicas residentes em outros centros urbanos, assim como assegurar logística (ex.: nutrição parenteral) para o pleno funcionamento de unidades de terapia intensiva (UTI), que na cidade se restringem ao Hospital do Oeste (SESAB/OSID) e Hospital Central (particular).

Em seu pronunciamento, o vice-prefeito Emerson Cardoso disse que há muita doação de trabalho voluntário acumulado, e alertou que “sem aeroporto, Barreiras se torna uma ilha”. Outra participação especial nessa Tribuna Popular foi do bispo diocesano Dom Moacir Arantes, que deu ênfase ao fato de muitas pessoas deixarem de ser beneficiadas, e por isso mesmo não há como se manter indiferente a essa questão.

Como parte imediata dos encaminhamentos, o presidente Alcione Rodrigues destacou que o Legislativo Barreirense, além de compor o elenco de entidades que fazem parte da Comissão da Paz, também assinou documento conjunto no qual consta o pedido de audiência junto ao Governador do Estado, e a solicitação de “informações oficiais sobre o andamento da obra de ampliação do nosso aeroporto”.

ASCOM/CMB